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Beira Baixa: O que visitar? Roteiro de 4 dias

por Fábio Santos

Visitar a Beira Baixa é revolver o baú de recordações da nossa infância, da nossa história, do nosso Portugal. Emergidos no dia-a-dia agitado em estrangeirismos e na adoção de tradições que de nossas têm nada ou tão pouco esquecemos do que é nosso, esquecemos da nossa própria identidade. A Beira Baixa mantém a chama da portugalidade acesa, não é à toa que nela encontramos a “Aldeia Mais Portuguesa de Portugal”, Monsanto. Tanto aqui como nas outras aldeias da região encontramos bem vivas as tradições, os costumes que caracterizam aquilo que é – Ser Português.

O charme e o encanto natural e paisagístico da Beira Baixa são os principais atrativos de uma região que é indissociável do património histórico e cultural. As praias fluviais, as aldeias históricas, os trilhos entre vales e serras, a gastronomia típica e o lado citadino de Castelo Branco são o mote de atividades e experiências que compõem aquilo que consideramos ser umas férias de eleição.    

Beira Baixa | Como organizar a viagem?

A região da Beira Baixa localiza-se na zona este do centro de Portugal, junto à fronteira com Espanha, e é composta pelos municípios Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Proença-a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão.

Num total de seis municípios e todos eles com tanto para visitar, a hora de montar um roteiro pela região revela-se um verdadeiro quebra-cabeças. Neste artigo damos a conhecer o nosso roteiro de quatro dias de viagem pela região, que podem ser facilmente invertidos ou com permuta de locais entre dias. Dada à dimensão da região, logicamente que ficaram alguns locais por visitar, sendo esse o mote de próximas visitas. De realçar que todo o roteiro foi realizado de automóvel sendo praticamente impossível de realizar com recurso a transportes públicos.

Dispondo apenas de quatro dias, consideramos a melhor hipótese dividir as estadias por três lugares diferentes (três noites) – Oleiros, Monsanto e Castelo Branco. Dada a distância entre os locais e as estradas acidentadas, as deslocações são por vezes demoradas sendo por isso aconselhado mudar de alojamento todas as noites para evitar o tempo despendido em viagens de regresso. Caso disponha de mais dias (7 dias acreditamos ser o ideal para aproveitar de algumas atividades, trilhos e museus), continuamos a aconselhar trocar de alojamento com alguma periodicidade, de 2 em 2 dias. Acredite que o tempo que irá poupar em viagem será precioso para aproveitar do encanto da Beira Baixa.

Beira Baixa | Roteiro

1º Dia

1º – Praia Fluvial do Malhadal

Começamos a nossa visita pela Beira Baixa por uma das principais maravilhas que a região tem para oferecer, as suas praias fluviais. No concelho de Proença-a-Nova existem várias praias espetaculares, iniciamos com a Praia Fluvial do Malhadal na Ribeira da Isna, um afluente do Zêzere.

Rodeada de verde vegetação da Serra das Corgas, esta praia com cerca de 1km de extensão é um oásis de natureza e tranquilidade. Além de uma paisagem envolvente deslumbrante a praia dispõe de equipamentos de apoio de excelência, com duas piscinas flutuantes, uma para crianças e outra para adultos, bar com restaurante, casas-de-banho e um parque de merendas coberto com churrasqueira. Estão reunidas todas as condições para um dia de praia de eleição.

Durante os meses de verão a praia é vigiada e as suas águas são de elevada qualidade, sendo distinguida com Qualidade de Ouro pela Quercus. Outro pormenor bem interessante é a ponte flutuante que permite atravessar a ribeira e o parque aquático que conta com diversos equipamentos lúdicos.

2º – Aldeia de Xisto da Figueira

A nossa próxima paragem foi na Aldeia de Xisto da Figueira e são aldeias como esta que mostram o quão genuíno é a Beira Baixa. O som dos animais de criação, as hortas repletas dos vegetais mais biológicos, os locais comunitários, exemplo do espírito de união das gentes destas aldeias, são alguns dos motivos que justificam a sua visita. A Figueira é uma aldeia bonita de fácil circulação e com as suas ruas estreitas e casas de xisto que são bastante carismáticas. Vaguear pelas ruas, admirar cada recanto e todo o ambiente rural é a melhor forma de descobrir o encanto desta pequena aldeia.

3º – Praia Fluvial de Fróia

De volta às praias, desta feita para conhecer uma das praias fluviais mais míticas e antigas de Portugal, a Praia Fluvial de Fróia. As suas águas de tremenda qualidade, distinguidas com Qualidade de Ouro pela Quercus, provenientes da ribeira de Fróia são límpidas, cristalinas e impossíveis de resistir a um mergulho.

Com um enquadramento natural lindíssimo, localizada num vale verdejante, é outro dos aspetos que tornam esta praia ainda mais irresistível. Possui boas zonas de sombra e espaços verdes que convidam a estender a toalha tanto no relvado como no passeio junto à ribeira. Um dos grandes pontos fortes das praias fluviais da Beira Baixa é as suas excelentes infraestruturas de apoio, sendo esta um dos bons exemplos possuindo bar e restaurante aberto durante todo o ano, parque de merendas, casas de banho, rampas de acesso a pessoas com mobilidade reduzida, além de ser vigiada durante os meses de verão.

Na zona envolvente estão ainda presentes alguns moinhos de xisto recuperados, relembrando-nos da importância dos mesmos para o desenvolvimento da região.

4º – Praia Fluvial de Cerejeira

Somos fãs de praia sejam elas fluviais ou não, e por isso continuamos a nossa procura por estas praias incríveis. Por entre curvas e contracurvas em estradas onde a vegetação abunda chegamos a outra praia incrível, a Praia Fluvial da Cerejeira. Tornou-se uma das nossas favoritas pelo simples facto de ter areia e ser mais confortável para permanecer por longos períodos de tempo.

Localizada na Ribeira do Alvito, esta praia dispõe de um vasto areal com boas zonas de sombra, casas de banho, chuveiros e de um bar de apoio.

5º – Praia Fluvial de Alvito da Beira

A Praia Fluvial do Alvito Beira é outro dos bons espaços balneares da Beira Baixa, uma praia que mais se assemelha a uma piscina e que dispõe de boas zonas de sombra e uma área de relva para permanecer, embora não seja muito ampla.

Apesar da envolvência natural estar igualmente presente, consideramos esta praia menos selvagem do que a maioria das praias das redondezas, mas apresenta simultaneamente excelentes condições de apoio, com bar e restaurante, casas de banho, chuveiros e é vigiado pelos nadadores salvadores durante a época balnear.

6º – Aldeia de Xisto de Sarzedas

Numa região dominada pela charneca salta a vista a pequena aldeia de Sarzedas, uma aldeia de xisto acolhedora com as suas ruas estreitas que remetem o nosso imaginário para os dias de antigamente. Os traços desse tempo permanecem ali, inalteráveis, o pelourinho, a tradicional fonte da vila, a igreja matriz e a sua torre sineira e, claro, as casas de traça antiga que comprovam a veracidade desta histórica aldeia. Um passeio por uma histórica aldeia que nos faz imaginar o semblante rural de toda uma região.

Não muito distante da Aldeia de Xisto de Sarzedas, em pleno território da freguesia de Sarzedas, mas já na aldeia de Sesmo, encontramos mais uma praia, a Praia Fluvial do Sesmo. Rodeada por montes e vales como é comum nas praias da região, esta pequena praia formada por uma ribeira afluente do rio Ocreza dispõe de várias infraestruturas de apoio como: parque infantil, chuveiros, casas de banho e parque de merendas. Embora seja um local incrível, esta praia nos últimos meses de verão costuma ter um caudal reduzido, não permitindo ir a banhos. Caso a queira conhecer aconselhamos a visitá-la logo no início do verão.

7º – Oleiros

Oleiros, vila sede de concelho de uma região onde se destaca a zona montanhosa e a sua inquestionável beleza natural. Embora, na nossa opinião a grande beleza da vila esteja nos seus arredores, no seu interior as marcas históricas resultantes do posicionamento estratégico desta vila da Idade Média estão à vista de todos. Pertencente à Ordem do Hospital, Oleiros apresenta um interessante património religioso, onde se destaca a Igreja Matriz e da Misericórdia e a Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens.

No cimo da vila, no Alto das Sesmarias, está localizado o Santuário do Cristo Rei de Oleiros, onde podemos encontrar uma estátua de granito com a imagem de cristo com cerca de 5 metros. Na base onde está assente a estátua encontra-se uma capela em formato de cubo e na sua frente um miradouro com uma vista panorâmica para toda a vila de Oleiros.

Não é preciso sair de Oleiros para encontrar mais uma fantástica praia fluvial, a Praia Fluvial de Açude Pinto localizada mesmo nas imediações da vila, dispõe de excelentes condições para um dia em cheio. Com excelentes condições de acessibilidade, bar, casas de banho, parque de merendas com grelhadores e duas piscinas uma para crianças e outra para adultos. Ao lado da praia está localizado o Parque de Campismo de Oleiros caso pretendam ficar alojados a paredes meias com uma praia e uma envolvência natural incrível.

Dormir: Hotel Santa Margarida

No centro da vila de Oleiros está localizado o Hotel Santa Margarida, um hotel de estilo moderno, inaugurado em 2012, que dispõe de 23 quartos de design contemporâneo e arrojado. Além da higiene, da dimensão do quarto, dispõe ainda para quem desejar de piscina e SPA para relaxar no fim de um dia de caminhadas cansativas pela região. Face à sua localização aconselhamos vivamente pernoitar pela vila de Oleiros e conhecer os seus arredores calmamente.

Restaurante: Adega dos Apalaches

Um dos pratos típicos da região é sem dúvida o cabrito estonado, e não há melhor sítio para o provar do que na Adega dos Apalaches, localizado a escassos quilómetros de Oleiros. Para nossa surpresa a qualidade dos seus pratos e do seu serviço vai muito para além do cabrito estonado, a começar logo pela variada e enorme qualidade que nos presenteiam de entradas e terminando em mais um rodízio de sobremesas. No fim da refeição saímos completamente empanturrados, mas devido à qualidade não conseguimos abdicar de nada. Tornou-se sem dúvida um dos nossos restaurantes favoritos.

2º Dia

1º – Álvaro

Iniciamos o nosso segundo dia ainda por terras pertencentes ao concelho de Oleiros desta feita pela fotogénica aldeia de Álvaro. Localizada nas margens do rio Zêzere, esta pitoresca aldeia de xisto detém vistas arrebatadoras sobre o rio e sobre as encostas que o circundam. Só pela paisagem incrível a visita a esta aldeia já é uma verdadeira vitória.

Considerada uma das “aldeias brancas”, a maioria dos casarios de Álvaro são construções em xisto, mas estão na maioria disfarçadas pela tinta branca, alterando o ambiente xistoso destas aldeias. O passeio estende-se ao longo das estreitas ruas de empedrado até à Igreja da Misericórdia onde a seu lado está localizado um magnifico miradouro com vista para o Zêzere e suas colinas.

Nas margens do Zêzere fica localizada outra praia fluvial fantástica, a Praia Fluvial de Álvaro equipada com uma piscina flutuante dividida em duas partes: uma para crianças outra para adultos. Além da piscina a praia está equipada com parque infantil, parque de merendas, balneários e bar.

2º – Praia Fluvial de Cambas

Ainda em pleno concelho de Oleiros foi altura de conhecer a Praia Fluvial de Cambas, uma praia com um enorme espaço verde, onde sítio para estender a toalha não irá faltar. Quando a visitamos estava praticamente vazia, mas a praia é incrível onde para além do espaço dispõe de imensas zonas sombras, balneários, bar e grelhador.

3º – Orvalho

Em 2020, a pacata aldeia de Orvalho ganhou outra dinâmica com a inauguração dos Passadiços do Orvalho onde estão inseridas algumas das paisagens mais incríveis da Beira Baixa. Os passadiços são parte integrante da GeoRota do Orvalho que conta com cerca de 9km de extensão onde irá encontrar partes com passadiços e outras em solo. Neste caso, o objetivo da criação dos passadiços foi facilitar o acesso aos locais mais exigentes e simultaneamente reduzir o impacto paisagístico da sua criação.

Ao longo do trilho irá caminhar lado a lado com paisagens incríveis, onde se destaca o Cabeço do Mosqueiro, um local privilegiado para apreciar toda a envolvência natural da região e a Cascata da Fraga de Água d’Alta uma idílica cascata, onde a água cai vertiginosamente de um penhasco.

4º – Praia Fluvial de Janeiro de Baixo

Após termos ficados boquiabertos com as paisagens fantásticas da Beira Baixa que Orvalho nos proporcionou foi hora de repousar na Praia Fluvial de Janeiro de Baixo. Esta praia não pertence à região da Beira Baixa, mas como se encontra relativamente próxima decidimos conhecê-la e refastelar-nos no seu confortável areal. Além da praia lindíssima, onde as águas são de excelente qualidade apresenta ainda infraestruturas completas, como bar/restaurante, parque de merendas e parque de campismo.

5º – Praia Fluvial de Almaceda

Dirigimo-nos para o concelho de Castelo Branco e encontramos, como não podia deixar de ser, outra lindíssima praia, a Praia Fluvial de Almaceda. Aproveitando as potencialidades da ribeira de mesmo nome foi criado um açude que deu origem à praia fluvial. Como é comum nas praias fluviais beirãs as qualidades das águas são inquestionáveis e as boas infraestruturas também. Equipada com balneários, casas de banho, parque de merendas, parque infantil e até um campo de futebol/vólei de praia, estão reunidas as condições para um dia de praia de excelência em plena região centro de Portugal.

Dormida: Casa Pires Mateus

Para preparar o próximo dia achamos por bem realizar um belo par de quilómetros e pernoitarmos em Monsanto, local em que iniciaríamos o roteiro no nosso terceiro dia. Escolhemos a Casa Pires Mateus, um alojamento localizado logo à entrada da aldeia de Monsanto perto da Igreja Matriz, esta casa tipicamente beirã conseguiu associar o conforto e o requinte contemporâneo à memória e decoração das tradições da beira. Recebidos com uma enorme simpatia pelo anfitrião, e alojados com imenso conforto e tranquilidade, a Casa Pires Mateus é um local de excelência para quem ousa ficar hospedado em Monsanto. 

Restaurante: Adega Típica O Cruzeiro

Tanto em Monsanto, como em qualquer outra localidade da Beira Baixa, a boa gastronomia está sempre presente. A Adega Típica O Cruzeiro é um restaurante acolhedor que apresenta no seu cardápio alguns dos pratos mais típicos da região, sem dúvida um dos melhores locais para ficar a conhecer os verdadeiros sabores da beira. Delicie-se com o seu fantástico povo à lagareiro com migas de couve à portuguesa e broa de milho.

3º Dia

1º – Monsanto

Iniciámos o nosso terceiro dia da melhor maneira à descoberta da aldeia histórica de Monsanto, a aldeia mais portuguesa de Portugal. Uma aldeia singular que cresceu num lugar inóspito, empoleirada no topo de uma escarpa acentuada entre penedos e granitos. Aqui o homem viveu numa simbiose perfeita com a natureza, criou lares e pequenos negócios sem colocar em causa o circuito normal do meio natural.

Em cada casa, em cada recanto parece que a gravidade foi desafiada deixando-nos boquiabertos com as posições de equilíbrio dos penedos que parecem poder cair a qualquer momento, mas a verdade é que permanecem intactos com o passar dos séculos.

A melhor forma de descobrir os encantos de Monsanto é vaguear pelas suas ruas e deixar-se encantar com cada pormenor, com cada casa e com as paisagens fantásticas da serra. Depois de conhecer o interior da aldeia, siga pela Rua do Castelo e suba até ao Castelo de Monsanto, e a 758 metros de altitude deixe-se encantar pelas vistas brilhantes sobre a planície da Beira Baixa, sobre Espanha e sobre a Serra da Estrela, Malcata e Gardunha.

O que não perder em Monsanto?

  • Igreja de São Salvador
  • Igreja da Misericórdia
  • Torre de Luciano
  • Castelo de Monsanto
  • Miradouro da Praça dos Canhões

Curiosidade: Porque é que Monsanto é considerado a Aldeia Mais Portuguesa de Portugal?

Durante o Estado Novo foi lançado um concurso nacional para a eleição da aldeia mais portuguesa de Portugal, concurso esse obviamente ganho por Monsanto. Como prémio recebeu um galo de prata!

2º – Penha Garcia

A poucos quilómetros de Espanha encontramos a povoação de Penha Garcia, que pela sua posição geográfica foi um importante polo defensivo. Os traços militares, as histórias e as lendas continuam bem vivas numa vila que cresceu no cimo da penha, e que boas vistas e paisagens deixou para a posterioridade. 

O principal atrativo desta mítica vila é o Castelo de Penha Garcia, implantado no cimo da Serra do Ramiro, e onde podemos observar o vale do Rio Pônsul e as impressionantes paisagens do interior de Portugal.

Ainda em Penha Garcia descobrimos uma das praias fluviais mais bonitas que já tivemos a oportunidade de conhecer, a Praia Fluvial do Pego. Entre as montanhas imponentes corre um curso de água que cai na piscina natural e a alimenta com águas de extrema qualidade. A praia dispõe de uma zona mais baixa para as crianças e outra mais profunda para os adultos, não dispõe das infraestruturas de apoio das outras praias da Beira Baixa, mas dispõe de boas zonas de sombra e de um encanto paisagístico irrepreensível.

Dica: Termas de Monfortinho

Perto de Penha Garcia estão localizadas as Termas de Monfortinho conhecidas pelas capacidades terapêuticas das suas águas particularmente para o tratamento de problemas de pele.

3º – Idanha-a-Velha

Seguimos à descoberta de outra aldeia histórica, Idanha-a-Velha, onde o início da sua povoação remonta ao século I a.C. Os seus primórdios remontam à ocupação romana depois mais tarde foi ocupada por visigodos, muçulmanos e só no século XII foi reconquistada pelos cristãos e oferecida aos Cavaleiros Templários para sua reconstrução.

Hoje, Idanha-a-Velha é um pedaço da nossa história, onde os sinais dos tempos estão marcados nos escombros e nas pedras que se soltaram com o tempo. Na sua visita não deve deixar de conhecer: a Sé Catedral, torre templária, capela de S. Sebastião, as muralhas romanas e a igreja matriz.

4º – Penamacor

Continuando em busca do vasto património histórico e cultural da Beira Baixa, chegamos aquela que é conhecida como a Vila Madeiro, Penamacor. Habitada por romanos, visigodos e mouros Penamacor após a reconquista cristã afirmou a sua importância estratégica na defesa do território. Localizada na região central de Portugal que foi oferecida aos Cavaleiros Templários, Gualdim Paes, mestre templário responsável pela fundação de Tomar, decidiu reconstruir o castelo e repovoar o território num esforço para manter a segurança da região raiana.

No alto da colina que acolhe a vila está localizado o Castelo de Penamacor, onde estão ainda presentes alguns dos elementos principais da antiga aldeia, como os antigos Paços do Concelho, o Pelourinho e, claro, a Torre de Menagem onde somos presenteados com vistas sublimes sobre toda a região. Estenda a visita até ao centro da vila e conheça a Igreja de São Tiago, Convento de São Estevão e o Jardim da República.

Curiosidade: O que é o Madeiro?

O Madeiro é uma enorme fogueira que aquece a maioria das vilas e aldeias da Beira Baixa durante a época natalícia estendendo-se até à passagem de ano. Uma tradição secular que move jovens e adultos para que seja escrupulosamente cumprida. Penamacor tem a fama de ser a Vila Madeiro porque segunda consta para orgulho dos conterrâneos, o Madeiro de Penamacor tem de ser o maior da região.

5º – Praia Fluvial de Meimão

Seguimos até à Barragem da Meimoa à procura de novas maravilhas naturais e encontramos a Praia Fluvial de Meimão. Com boas zonas de sombra, uma larga área de relvado e outra de areal as condições do espaço são todas aquelas que necessitamos para um dia de lazer em cheio. Além das condições para estender a toalha está ainda dotada de uma piscina flutuante, café com restaurante e esplanada, parque de merendas com grelhadores além de ter ainda alguns bungalows. Todas estas condições associadas a um excelente enquadramento paisagístico tornam esta praia uma das nossas favoritas.

A Praia Fluvial de Meimão está localizada numa das entradas para a Reserva Natural da Serra da Malcata que não conhecemos na nossa visita. Esta reserva é uma das regiões mais selvagens e genuínas de Portugal motivo pela qual possivelmente o lince ibérico se sente mais confortável. Caso tenha mais tempo existem excelentes trilhos para percorrer em plena serra.

6º – Praia Fluvial o Moinho

Ainda no domínio do concelho de Penamacor, agora na freguesia de Benquerença, foi vez de irmos ao encontro com a Praia Fluvial do Moinho que é outro local incrível para um dia de praia e de piquenique fantástico. Com um relvado enorme sombreado, uma zona da praia menos profunda indicada para as crianças e outra mais profunda para os mais adultos, dispõe ainda de um bar e casas de banho.

7º – Barragem da Marateca

Não há melhor forma de terminar o dia do que a comtemplar a vasta Barragem da Marateca, conhecida também como Barragem de Santa Águeda. Situa-se no rio Ocreza, e é um enorme lago de água ideal para realizar uma pequena caminhada ou mesmo para ir a banhos. Caso seja adepto de pesca, esta barragem é muito concorrida e indicada para a prática de pesca desportiva.

Dormida: Meliá Castelo Branco

O Meliá Castelo Branco é uma opção segura e de tremenda qualidade para quem pretender ficar hospedado na cidade albicastrense. Um hotel que dispensa apresentações e que dispõe de todas as condições e mais algumas para uma estadia de requinte e conforto. Os quartos são espaçosos, o pequeno-almoço é variado e com produtos de elevada qualidade. Para quem pretender relaxar e apreciar de todas as comodidades do hotel pode ainda banhar-se nas suas piscinas e deixar-se levar pelos encantos do seu fantástico SPA.

Restaurante: Dona Ferreirinha

A arte de bem cozinhar é prática comum da cidade de Castelo Branco, o Dona Ferreirinha é um restaurante típico onde tivemos a oportunidade de sermos presenteados com uma excelente experiência gastronómica. Iniciámos com uma generosa salada de polvo, uma porção bem maior do que a que costuma ser servida e seguimos para um bacalhau à casa e uma dourada grelhada. A simpatia do staff e o bom ambiente tornam a refeição ainda mais prazerosa.

4º Dia

1º – Castelo Branco

Chegou finalmente a hora de conhecermos a capital da Beira Baixa, a belíssima cidade de Castelo de Branco. Localizada entre as planícies beirãs e as mais altas serranias, Castelo Branco é um misto da serenidade rural com o toque cosmopolita da cidade. Nos últimos anos a requalificação do património histórico, cultural e paisagístico colocou a cidade albicastrense nos mapas turísticos de Portugal. 

Caminhar sem pressas, observando cada recanto das ruas do centro histórico é a melhor forma de admirar a beleza desta cidade. Enquanto se encanta com os arcos das suas ruas, com as portadas das casas e com os pormenores arquitetónicos das suas igrejas, vai calmamente ficando a conhecer os principais locais da cidade.

O que não pode mesmo perder é o Jardim do Paço Episcopal, que é um dos melhores exemplares do barroco em Portugal e um passeio bem agradável de realizar. As melhores vistas da cidade estão no Castelo e Muralhas da Cidade e no Miradouro de São Gens e são excelentes para termos uma visão 360 graus da cidade.

A cultura e arte estão presentes em toda a parte, mas ganham especial relevo no Museu do Cargaleiro, um dos maiores pintores e ceramistas portugueses e no Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco onde estão expostos os famosos bordados albicastrenses e é ainda possível ver algumas senhoras a bordar ao vivo.

O que não perder em Castelo Branco?

  • Jardim do Paço
  • Parque da Cidade
  • Castelo
  • Arco do Bispo
  • Torre do Relógio
  • Museu do Cargaleiro
  • Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco
  • Monte S. Martinho
  • Cascatas de S. Martinho
  • Miradouro de São Gens

2º – Vila Velha de Ródão                       

Depois de Castelo Branco visitada seguimos até ao município localizado mais a sul da Beira Baixa, Vila Velha de Ródão. Marcada pelo contraste entre os montes e o Tejo, esta belíssima vila é dona de uma paisagem verdadeiramente deslumbrante.

O seu grande ponto de interesse é sem dúvida as Portas de Ródão, uma garganta quartzítica na Serra do Perdigão escavada pelo Tejo ao longo dos anos e que proporcionou uma paisagem natural única. Outro dos atrativos é o Castelo de Ródão, conhecido também pelo Castelo do Rei Vamba, um castelo localizado numa escarpa sobranceira ao Rio Tejo, que segunda consta foi erguido para garantir a defesa dos territórios conquistados aos muçulmanos. Caso pretenda descansar e comtemplar a beleza indiscutível do Tejo, dirija-se até ao Cais de Vila Velha de Ródão, e descanse no seu longo relvado ou no parque de merendas. É também neste cais que se realizam os passeios de barco até às Portas de Ródão.

Curiosidade: Conhecem a lenda do Castelo do Rei Vamba?

A sabedoria popular associa a sua origem ao rei Vamba, último rei dos Visigodos, e a principal lenda que se conta é uma verdadeira história de amor, mas principalmente de maldição. A mulher do Rei Vamba apaixonou-se por um rei mouro que habitava do outro lado do Tejo. Para se encontrem, o rei mouro construiu um túnel que atravessava o Tejo. Uma vez o Rei Vamba, disfarçado de mendigo, conseguiu descobri-la e como castigo atirou-a por uma escarpa abaixo. Segundo dizem, até hoje, onde o corpo rolou nunca mais cresceu vegetação!

3º – Portas do Almourão

Não muito distante de Vila Velha de Ródão encontramos outras “portas”, desta feita as Portas do Almourão, outro fenómeno geológico incrível que foi originado pela ação do Rio Ocreza cuja força das águas ao longo dos anos romperam e formaram estas imponentes escarpas quartzíticas. É no Miradouro das Portas do Almourão que pode admirar a magnitude da natureza, numa escarpa com cerca de 40 metros de profundidade onde desponta a paisagem selvagem no seu estado mais puro.

4º – Praia Fluvial da Foz do Cobrão

A nossa última paragem, para um mergulho refrescante, foi na Praia Fluvial da Foz do Cobrão, localizada numa aldeia de mesmo nome. O encanto e o charme desta praia está no rochedo que se ergue de frente para as águas límpidas, oferecendo-lhe uma paisagem rústica e natural. A envolvência natural é fantástica com um pequeno ribeiro que desce desde a serra e forma a pequena piscina natural e segue o seu curso por debaixo da ponte que se encontra de frente para a praia. A praia tem um pequeno areal, mas como não costuma ser muito procurado é suficiente.

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10 comentários

Maria Gonçalves 10/12/2020 - 23:00

Maria Sofia Gonçalves, natural de São Miguel de Acha, Idanha a Nova, Saí da minha aldeia por volta dos meus dois anos, por razões profissionais dos meus pais. Cresci, estudei e trabalhei ate aos 55 anos em diversas profissões.. Conheci todos os continentes , uns melhor que outros, em trabalho e em recreio. Neste momento disfruto de um bem estar na minha aldeia, na casa da avó, uma casa inserida no casario antigo da aldeia, com 34 metros quadrados e dois pisos, aproveitando nomeadamente a loja, vulgo R/chão,, que em tempos se destinava aos animais, Usufruímos da natureza e dos seus votos inconfundíveis , as arvores, as aves , o cheiro da terra, as pedras graníticas e de dimensões imprevisíveis, os rios que borbulham e cantam e a bondade das suas gentes. Retribuímos com o que sabemos apoiando sempre que necessário e tornando a vida dos que nos rodeiam menos dura. Temos uma aldeia muito bonita e muito saudável . A aldeia tem muitas referencias, a igrija Matriz, a Capela de Sta Catarina com a sua festa na segunda segunda feira após a Páscoa, a Capela de São Pedro, a Capela de São Sebastião, onde ainda se faz a distribuição do pão pelo povo, em dia de sua homenagem, a Capela da Sra. do Miradouro e outras manifestações culturais de cariz popular com muito interesse, nomeadamente as tradições Pascais, as tradições Natalícias – o madeiro e outras ainda..
Gostaria muito que a minha aldeia, que tem tudo isto, talvez como tantas outras , fosse mencionada nos pontos de interesse da Beira Baixa.
Contudo, gostei muito do trabalho que apresentaram. Parabéns.

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pontodepartida 06/01/2021 - 23:48

Olá Maria! Antes de mais muito obrigada pelo seu comentário, ficamos muito felizes em saber que gostou do artigo. Já agora aproveitamos para lhe agradecer ter-nos dado a conhecer a sua aldeia que, pela sua descrição e também uma breve pesquisa, rapidamente despertou o nosso interesse. É este o dinamismo que mais adoramos no blog, permite-nos não só dar a conhecer os locais por onde passamos, mas também ajuda-nos a conhecer outros tantos que possivelmente de outra forma não conheceríamos. Fica aqui a promessa de visitar São Miguel de Acha na nossa próxima visita à Beira Baixa.
Felicidades e muitas viagens! ❤

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Paulo Gama 10/02/2021 - 15:23

Recomendo que reformule o seu artigo e corrija algumas inexactidões. Deveria ter efectuado uma pesquisa mais rigorosa sobre os municípios que compõem a Beira Baixa. São eles 13 municípios e não apenas 6 como refere:
Distrito de Castelo Branco: Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei e Vila Velha de Ródão.
Distrito de Coimbra: Pampilhosa da Serra.
Distrito de Santarém: Mação.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Beira_Baixa

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pontodepartida 28/02/2021 - 12:23

Olá Paulo,
Atualmente a reorganização das regiões dividiu o território da Beira Baixa, conforme pode verificar no link que nos apresenta. Este artigo foi redigido tendo em atenção a organização através das NUT III de nome Beira Baixa que é representada atualmente pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa com os seguintes municípios: Castelo Branco, Proença-a-Nova, Idanha-a-Nova, Penamacor, Oleiros e Vila Velha de Ródão. Contudo, compreendemos essa questão que até para nós foi dúbia porque facilmente associamos os restantes concelhos à Beira Baixa.

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Nuno Coelho 11/02/2021 - 11:25

Fantástico.Belo roteiro.Não falam da Covilhã (concelho) porquê? Parabéns.

Responder
pontodepartida 28/02/2021 - 12:25

Olá Nuno,
Atualmente com a reorganização do território em NUTs III, a NUT Beira Baixa gerida pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa integra apenas 6 concelhos: Castelo Branco, Proença-a-Nova, Idanha-a-Nova, Penamacor, Oleiros e Vila Velha de Ródão. A Covilhã atualmente pertence à NUT III Beiras e Serra da Estrela.

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