Montenegro, pequeno em dimensão, mas grande em beleza. Com um território de cerca de 14.000 km2, área similar ao Alentejo e com uma população de cerca de 650.000 pessoas, tudo leva a querer que um par de dias seriam suficientes para visitar este país de parca dimensão. Desengane-se, Montenegro esconde riquezas impressionantes: desde a magnífica costa adriática, às íngremes montanhas que batizam o país e concluindo com a história atribulada do seu território, temos o mote perfeito para umas férias de sonho.
País relativamente recente, independente em 2006 através de referendo que o separou da Sérvia e, não há muitos anos, pertencente ao território da Jugoslávia. Todas estas alterações tornam Montenegro um país ainda para muitos desconhecido e ofuscado por outros países históricos dos Balcãs, onde a Croácia tem dominado os radares turísticos da região. À imagem da Albânia (hiperligação), Montenegro é um país completíssimo com boas praias, bons trilhos, cidades históricas e paisagens fabulosas.
Embora a área seja pequena e o país compacto, consideramos que sete dias são o número de dias ideal para conhecer e explorar Montenegro da melhor forma. Ao longo do artigo damos a conhecer o nosso roteiro e dicas que o ajudarão a montar as suas férias da melhor maneira.
Montenegro | Dicas úteis
- A língua oficial é o montenegrino que é na verdade uma fusão entre o croata e o sérvio;
- A moeda oficial do país é o euro, embora o país não faça parte da União Europeia;
- Embora os cartões bancários sejam amplamente aceites, existem ainda muitos negócios onde o método de pagamento mais comum é em numerário;
- Para ter acesso a rede móvel no país deve comprar um cartão SIM no aeroporto ou num quiosque (500 GB – 10€ válido para sete dias). As operadoras mais comuns são a One Montenegro (onde adquirimos), MTEL e Telekom CG;
- A taxa de criminalidade em Montenegro é baixa e o país apresenta um elevado nível de segurança. De qualquer maneira, o número de contacto da polícia é o 92;
- Em caso de algum incidente, o contacto das ambulâncias é o 94 e os bombeiros o 93.
Montenegro | Quando visitar?
Tratando-se de um país em que o mar Adriático é a sua jóia da coroa, torna-se fácil antever que Montenegro trata-se sobretudo de um destino de verão, por isso os meses de junho e setembro são os mais populares.
Caso o seu principal motivo de visita não seja as praias, mas sim as suas cidades e parques naturais, aconselhamos os meses de maio e outubro. O clima será ameno, os preços dos alojamentos mais acessíveis, os locais muito menos lotados e, com um pouco de sorte, ainda consegue dar um mergulho.
Montenegro | Como chegar?
Existem várias opções para chegar a Montenegro, sendo estas as mais comuns:
- Aeroporto de Podgorica: entrada pela capital do país, ideal para quem tenciona visitar a maioria do território. Não existem voos diretos a partir de Portugal, a nossa opção foi realizar escala em Milão antes de seguir até Podgorica. É uma das opções mais económicas de chegar ao país.
- Aeroporto de Dubrovnik (Croácia): embora não faça parte do território montenegrino é uma das opções mais utilizadas para visitar o país. O Aeroporto de Dubrovnik fica a cerca de 70km (2h de carro) de Kotor, um dos principais pontos turísticos do país. Dado o grande fluxo turístico de Dubrovnik, existe um maior número de possibilidades de voo até esta cidade.
- Aeroporto de Tivat: Aeroporto localizado na região costeira, poderá ser uma excelente opção para quem tenciona visitar apenas aquela zona em particular. A partir de Portugal não encontramos opções económicas de voos para Tivat, mas segundo apurei é uma forma muito utilizada por turistas vindos do Médio Oriente, Turquia e algumas cidades europeias.
Montenegro | Como se deslocar no país?
Para quem tenciona conhecer grande parte do território montenegrino, a melhor forma de o fazer é através de automóvel. Na nossa visita ao país decidimos fazer uma roadtrip de uma semana tendo previamente alugado um carro.
Recorremos à Discovercars, um site agregador de várias opções de companhias de aluguer, que permite selecionar pelo melhor preço mediante as avaliações que os utilizadores foram tendo das companhias. Sempre que alugamos carro, temos utilizado e até ao momento ainda não tivemos qualquer sobressalto.
Em Montenegro ainda não existem autoestradas, mas as estradas nacionais encontram-se em excelente estado e a rede viária é alargada, o que nos permite visitar até os locais mais remotos com ligeira facilidade. De outro modo, através de transporte público, visitar a integridade do território deverá ser um desafio quase impossível.
Montenegro | Gastronomia
A gastronomia montenegrina é diversificada e semelhante aos restantes países dos Balcãs. Muito assente em legumes provenientes da imensidão do interior rural do país, local também dedicado à pastorícia que dá origem aos principais pratos típicos do país. Contudo, Montenegro é um país cada vez mais turístico, sendo muito comum encontrar restaurantes especializados em gastronomia das mais diversas latitudes.
As iguarias mais comuns são:
- Brav u Mlijeku – Cordeiro com leite (tradicional na região norte do país)
- Presunto Njeguši – presunto famoso na vila de Njeguši
- Cevapi – hambúrguer em formato de salsicha
- Burek – massa folhada com recheio de carne, queijo ou vegetais
- Njeguski Steak – Bife recheado com presunto de Njegusi e queijo
- Kacamak – batata misturada com queijo típico
- Pasulj – sopa de feijão com pedaços de carne
- Carpa do Lago Skadar
- Rakija – aguardente típica, podendo ser feita com base em diversos frutos
Roteiro Montenegro | 7 dias
A nossa roadtrip por Montenegro teve a duração de uma semana, sete dias completos, que foi suficiente para conhecer a grande maioria do país. Embora seja um país relativamente pequeno em dimensão, é enorme em locais para visitar, pelo que consideramos ser esta a duração ideal de visita.
1º Dia | Podgorica – Miradouro Pavlova Strana – Rijeka Crnojevića – Virpazar
1 – Podgorica
Chegamos a Montenegro através do Aeroporto de Podgorica. Por isso, sabendo de antemão que a capital Podgorica está longe de ser dos locais mais entusiasmantes do país, decidimos dar-lhe uma oportunidade.
Confirmamos as nossas suspeitas, encontramos uma cidade suja, em alguns lugares degradada, elucidativo das dificuldades económicas que o país vive numa economia muito assente no turismo. Em termos históricos não encontramos grandes construções muito devido aos massacres que aqui ocorreram durante a II Guerra Mundial, onde a cidade foi severamente atacada.
Se dispor de tempo para ver com os seus próprios olhos caminhe pela cidade e encontre alguns dos pontos mais icónicos. Começando pela Catedral da Ressurreição de Cristo, uma igreja ortodoxa, inaugurada em 2013, e seguindo até às margens do rio Morača, onde passamos na ponte mais famosa, a Millennium Bridge. Caminhamos à beira-rio pelos espaços verdes, pelo Parque Njegošev e Parque Kraljev até à Ponte Velha sobre o rio Ribnica na zona de confluência com o Rio Morača, para nós um dos sítios mais giros da cidade.
A poucos quilómetros do centro de Podgorica localiza-se a Cascata Nijagara, mas dado que no momento da nossa visita encontrava-se seca decidimos nem sequer deslocar-nos até lá. Caso visite no inverno ou primavera arrisque conhecer.
2 – Miradouro de Pavlova Strana
A próxima paragem é uma das vistas mais magníficas de Montenegro, o Miradouro de Pavlova Strana, onde conseguimos observar a beleza da região do Lago Skadar. Nesta vista panorâmica chama a atenção a curva do curso de água, mas toda a paisagem campestre, verdejante, pontilhada aqui e ali com pequenas povoações, são sinónimo da beleza da região que estávamos a conhecer.
3 – Rijeka Crnojevića
Poucos quilómetros depois encontramos a pequena vila de Rijeka Crnojevića, localizada nas margens do Lago Skadar. Em tempos, uma importante vila da região que cresceu e desenvolveu-se por ordem do Príncipe Danilo no período entre 1851 e 1860, que ordenou a construção da ponte, mercado e das casas ao longo do rio, onde eram realizados vários ofícios, como bordado ou trabalhos em couro. Atualmente, vive-se sobretudo do turismo e principalmente dos tours pelo Lago Skadar, sendo Rijeka uma das principais portas de entrada para os pântanos do lago.
4 – Virpazar
Terminamos o dia em Virpazar, uma pequena cidade que se tornou a base de quem tenciona realizar um passeio de barco pelo Lago Skadar. Para além do tradicional passeio que marcamos para a manhã seguinte, a vila é igualmente charmosa com uns recantos que vale a pena visitar. Além de maioritariamente turística, nota-se claramente que trata-se de uma vila tradicionalmente piscatória e que foi essa a principal subsistência dos seus habitantes.
Onde dormir?
Skadar Lake Apartments Pajovic – Alojamento familiar, localizado a cerca de 10 min de Virpazar, com excelente relação qualidade/preço. Os quartos eram espaçosos, limpos e o local, por ser isolado, era extremamente calmo com vista para o Lago Skadar.
Onde comer?
Restaurante Pelikan – Localizado no centro de Virpazar, este restaurante é um dos locais preferenciais para quem deseja provar a gastronomia típica da região. Estando na zona ribeirinha do Lago Skadar, destaca-se especialmente o seu peixe, onde a carpa é rainha. Do que provamos destacamos a carpa fumada, diferente da tradicional grelhada ou frita, mas que gostamos bastante. Além da qualidade da comida destacamos também a simpatia do staff.
2º Dia | Passeio no Lago Skadar – Bar – Buljarica Beach – Petrovac – Praia Drobni Pijesak – Budva
1 – Passeio no Lago Skadar
Iniciamos o dia pela madrugada e fomos à procura do nascer do sol em pleno Lago Skadar. Para isso realizamos a tour através da equipa Golden Frog que se disponibilizou a iniciar este passeio pelas 6h.
O Lago Skadar trata-se do maior lago dos Balcãs e a última estância de pelicanos na Europa, motivo pelo qual foi possível a distinção de Parque Nacional. O lago é dividido entre Montenegro e Albânia, sendo que dois terços da área pertencem ao território montenegrino.
O tour foi perfeito, durou cerca de 2h e custou 25€ por pessoa, a guia falava muito bem inglês e foi-nos explicando tanto a fauna como a flora existente no lago. Como somos sortudos, conseguimos observar os pelicanos, que nem sempre é fácil, muito facilitado pela hora madrugadora da nossa visita, momento em que o lago está mais calmo antes do vaivém de tours. Ver o nascer do sol no Lago Skadar foi um dos pontos altos da nossa visita, que jamais esqueceremos.
2 – Bar
Saímos em direção à costa, não para ir a banhos, mas sim para conhecer uma das cidades históricas de Montenegro. Bar tem como grande atrativo o seu centro histórico, que fica bastante afastado da cidade nova, que se localiza de frente para o mar. O seu centro histórico fica no interior e trata-se de uma fortificação medieval, de ruas estreitas, mas de um ambiente histórico que nos fez gostar muito da visita.
No fim descemos até à cidade nova, caminhamos pelo calçadão em frente ao mar e visitamos a Igreja de São Jovan Vladimir. Uma igreja recente, construída nos inícios de 2000, mas que justifica a visita tanto pelo exterior como pelo interior, repleto de mosaicos e murais coloridos.
Curiosidade: Árvore mais velha da Europa
A árvore mais antiga da Europa está localizada em Bar e trata-se de uma oliveira com mais de 2000 anos.
3 – Buljarica Beach
Depois de uma manhã linda, mas madrugadora, decidimos que a nossa próxima paragem seria o primeiro contacto com as águas amenas do Adriático, através da Praia Buljarica. Entre mergulhos e descanso, numa merecida espreguiçadeira, foi assim que terminamos a nossa manhã.
4 – Petrovac
Petrovac é uma modesta e charmosa cidade costeira com uma linda praia de tons azuis turquesa, um belo calçadão frente à praia, um centro histórico animado e um castelo veneziano que abriga um simples porto.
Embora não seja a cidade mais famosa do litoral montenegrino, a sua simplicidade e beleza encantou-nos. Passe pelas suas ruelas, visite o Castelo Kastio e dê um mergulho no Praia de Petrovac ou na Praia Luchica.
5 – Praia Drobni Pijesak
A Praia Drobni Pijesak é uma magnifica baía a poucos quilómetros de distância de Petrovac. Esta pequena praia natural de águas cristalinas, rodeada de densa vegetação dominada por olivais e pinheiros, é a praia perfeita para relaxar longe das multidões das praias centrais das grandes cidades do litoral.
Por lá passamos algumas horas até ao entardecer, antes de nos deslocarmos até ao último destino do dia.
6 – Budva
A nossa última paragem iria ser o nosso lar dos dois próximos dias: Budva. Considerado o principal destino balnear do país e até apelidada de “Miami de Montenegro” esta cidade vibrante é conhecida pela via e claro, pelo excelente ambiente noturno.
Começando pelo seu centro histórico (Stari Grad) resguardado pelas muralhas, abrigando ruelas estreitas que acolhem restaurantes, bares e vários tipos de pequeno comércio, que tudo somado cria um ambiente maravilhoso. É no seguimento do centro histórico que encontramos algumas das grandes pérolas da cidade, como a Bailarina de Budva ou a Praia de Mogren, a mais badalada da cidade.
Na parte nova da cidade encontrará uma enorme avenida em frente à praia com dezenas de restaurantes e bares, sempre com um grande frenesim, típico de cidades costeiras altamente turísticas.
Onde dormir?
City Apartments – Pernoitamos neste alojamento durante duas noites e não poderíamos ter ficado mais satisfeitos. Não se trata de um hotel, mas de um aparthotel super moderno, confortável e espaçoso, que tem como grande ponto positivo a boa localização. Localizado bem no centro da cidade, perto da praia e das principais atrações, facilitando em muito as deslocações. Além disso possui um parque de estacionamento gratuito, fator preferencial para quem realiza uma roadtrip.
Onde comer?
Kužina – Fugimos ligeiramente do centro histórico e do calçadão da praia na procura de uma opção mais económica e possivelmente de maior qualidade e não nos arrependemos com a escolha. O Kužina é um restaurante especializado em gastronomia típica, onde os grelhados vão um pouco para além do simples bife ou febra, e são muito completos com diversos tipos de almôndegas, salsichas típicas e alguns enchidos.
3º Dia | Sveti Stefan – Praia de Kamenovo – Praia de Jaz
Após uma noite de tempestade, o dia amanheceu ainda com resquícios do temporal que se abateu tanto pelo litoral montenegrino, como por toda a Europa Central. As condições atmosféricas melhoraram ao longo do dia, mas nunca tiveram as condições ideias para aproveitar a praia.
1 – Sveti Stefan
Intempérie à parte, permanecemos com o plano inicial que era começar o dia por Sveti Stefan. Confessamos que um dos motivos que nos fez ter interesse em visitar Montenegro foram os milhares de postais da ilha de Sveti Stefan.
Trata-se de uma antiga ilha de pescadores convertida em resort de luxo na década de 1950. Após várias peripécias e anos de desuso, foi comprado em 2009 pelo Aman Resorts, proprietário atual da ilha. Neste momento apenas hóspedes conseguem visitar a ilha.
Impossibilitada a visita à ilha, o melhor é vaguear pela Zona Florestal entre Sveti Stefan e Praia Przno e pelo caminho visitar a Milocer Beach (Praia do Rei) e a Kraljičina Beach (Praia da Rainha). A envolvente de todas estas praias com enseadas que formam lindas baías é qualquer coisa de magnifico. Pena o dia não ter permitido um mergulho.
As famosas fotos que assolam o instagram são na sua maioria tiradas a partir da Igreja St. Sava. Uma capela perdida numa montanha íngreme a poucos minutos do centro de Sveti Stefan, onde a paisagem panorâmica, tanto sobre ilha como sobre o Adriática, deixou-nos completamente sem palavras.
2 – Praia de Kamenovo
Para quem tenha mais sorte do que nós com a meteorologia, equacione passar algumas horas a relaxar na Praia de Kamenovo. Localizada entre Sveti Stefan e Budva encontra-se uma pequena baía com areia branca e águas cristalinas. Rodeada por penhascos verdejantes, esta praia em termos de potencialidade paisagística concorre com algumas das mais famosas da Riviera Montenegrina.
Ao lado da Praia de Kamenovo situa-se a vila de Bečići, uma localidade costeira com vários hotéis luxuosos e uma avenida enorme em frente ao mar. Uma excelente opção para quem pretenda apenas descansar.
3- Praia de Jaz
Bajulados pela sorte durante a parte da tarde, o dia abriu e conseguimos ainda ir a banhos na Praia de Jaz (Jaz Beach) que se localiza a norte de Budva. Considerada uma das praias mais famosas de Montenegro e igualmente uma das mais bonitas. De longo areal, com o enquadramento paisagístico invejável e com vista para a cidade de Budva.
Ao lado encontra-se outra praia, ligeiramente menos conhecida, Praia Trsteno (Trsteno Beach) outra excelente opção para quem deseja aproveitar um dia entre mergulhos e banhos de sol.
4º Dia | Cetinje – Parque Nacional de Lovcen – Serpentina de Kotor – Kotor
1 – Cetinje
No quarto dia abandonamos a região costeira e rumamos ao interior. A primeira paragem foi na antiga capital do Montenegro, a cidade de Cetinje que ainda hoje é considerada a capital honorária do país e é onde se localiza a residência oficial do presidente.
O grande destaque da cidade é o Mosteiro Ortodoxo de Cetinje que nos impressionou mais pelo exterior do que pelo interior. A visita é gratuita, mas no seu interior encontram-se algumas relíquias religiosas e outros objetos, numa visita que se faz em alguns minutos. A alma da cidade é a rua pedonal Njegoševa Ulica, repleta de cafés, restaurantes e várias lojas onde se vê tanto a comunidade local como turistas. Em Cetinje pode ainda visitar o Museu Nacional de Montenegro.
2 – Parque Nacional de Lovcen
Em plenos Alpes Dináricos localiza-se o Parque Nacional de Lovcen, um parque florestal de montanhas escarpadas, bonitas vistas panorâmicas e florestas densas e verdejantes.
No ponto mais alto do parque, a 1657m de altitude, no topo do Monte Lovcen, encontra-se a sua principal atração, o Mausoléu de Njegoš. O monumento é uma homenagem ao herói montenegrino, Petar II Petrović Njegoš, e em dias de boa visibilidade no seu topo é possível avistar a Albânia, Croácia e Bósnia! A sua entrada custa 8€ (2024) e dado o dia da nossa visita ser de visibilidade reduzida, denso nevoeiro, muito vento e frio, acabamos por não entrar uma vez que não íamos aproveitar da experiência da melhor maneira.
As estradas que acedem ao parque são cénicas tanto do lado de Cetinje como do lado de Kotor. A visita ao interior do Parque Nacional de Lovcen tem o custo de 2€ por pessoa cobrados à entrada. Além de toda a biodiversidade e paisagens fantásticas, esta região tem a particularidade de ter batizado o país, uma vez que o Monte Lovcen é conhecido como “Montanha Negra”.
Dica: Mausoléu de Njegoš
- A entrada no Mausoléu de Njegos tem o custo de 8€/pessoa (2024).
- Existe uma escadaria de 480 degraus entre a entrada (bilheteira) e o Mausoléu.
- Não há estacionamento designado, mas é possível estacionar na berma da estrada.
3 – Serpentina de Kotor
Existem diversas estradas cénicas ao longo do território de Montenegro, mas nada se iguala à Serpentina de Kotor. Trata-se de 25 curvas fechadas ao longo de 8km de uma estreita estrada, um autêntico teste à sua condução, até porque torna-se fácil distrair-se dado as vistas que a rodeiam.
Saímos do Parque Nacional a Lovcen e é nesse trajeto que se encontra a famosa Serpentina e diversos miradouros localizados nas bermas da estrada, que justificam a paragem para contemplar a vista maravilhosa. Nesse trajeto considere parar no local marcado no Google Maps como Panorama Tivat Bay & Kotor Bay e para fotos mega fotogénicas o Horizont Café View Point, um café que tem na sua esplanada um dos melhores spots para fotografias para a Baía de Kotor.
4 – Kotor
Chegamos por fim à cidade mais famosa de Montenegro, e também a que mais ansiávamos visitar, Kotor. Com localização privilegiada nas margens da baía de mesmo nome, delimitada por dois maciços do Alpes Dináricos, podemos concluir que a natureza foi generosa com esta cidade de características ímpares.
Se já de si bajulada pela sorte geográfica, o que dizer do bom gosto da construção do centro histórico da cidade velha de Kotor. É o centro histórico o grande ex-libris, uma cidade amuralhada repleta de ruas pedestres labirínticas, onde vamos encontrando várias igrejas, praças, restaurantes e lojas. Incrivelmente turístico, a agitação é gigante e o corrupio de gente entre as sinuosas ruas é constante, muito extrapolado pelo turismo de cruzeiros que a cidade recebe.
No seu passeio pelo Cidade Velha de Kotor não deixe de visitar estes locais:
- Portão do Mar, Portão Gurdic e Portão do Norte
- Igreja de São Nicolau, Igreja de Santa Maria e Igreja de São Lucas
- Catedral de São Trifão
- Palácio Drago
- Museu Marítimo de Montenegro
- Museu dos Gatos
Onde dormir?
J & P Apartments Orahovac – Sendo a cidade de Kotor uma das mais badaladas de Montenegro, torna-se igualmente uma das mais caras. Por forma a economizarmos ligeiramente no valor da estadia e jogando com o facto de termos automóvel para realizar deslocações, decidimos dormir numa localidade próxima chamada Orahovac. Embora tenhamos perdido cerca de 15 minutos em deslocações não nos podemos queixar do apartamento que escolhemos. Amplo, higiénico com todos os utensílios para a confeção de refeições e com uma vista maravilhosa para a Baía de Kotor.
Onde comer?
La Catedral Pasta Bar – Kotor faz-nos sentir em Itália, pela vibe do seu centro histórico. Julgo que esse lado italiano influenciou a nossa decisão de jantar. O La Catedral Pasta Bar é um dos restaurantes mais requesitados de Kotor, o que sentimos na pele pelo tempo que tivemos na fila à espera de uma mesa. Requintado, com um grande leque de opções entre pizza e massas, que de certeza irão ao encontro do que deseja.
Pizzeria Pronto – Continuando pelas opções italianas, mas desta vez de low budget, a Pizzeria Pronto vende pizza à fatia, por preços bastante económicos, e igualmente saborosa.
5º Dia | Fortaleza de Kotor – Perast – Herceg Novi
1 – Fortaleza de Kotor
Iniciámos o nosso 5º dia com um ligeiro trabalho de cárdio ao subir 1.350 degraus até à Fortaleza de Kotor, também conhecida como Fortaleza de São João. Na realidade não custa nada, ao longo da subida encontram-se ruínas e miradouros onde parar e apreciar do cenário incrível da Baía de Kotor. É sem dúvida uma das melhores experiências da cidade.
Dica: Entrada na Fortaleza de Kotor
- Até 2024 a entrada era gratuita, mas daí em diante começou a ser cobrada uma taxa de entrada de 15€ por pessoa pela subida da Escadaria de Kotor.
- Existe uma entrada clandestina onde é necessária alguma destreza física para entrar, através de um buraco existente, originado a partir da degradação da muralha de Kotor. Vimos muitas pessoas a entrar por aí, mas ouvimos relatos de pessoas apanhadas ilegalmente que tiveram de pagar o bilhete.
- A entrada para as escadas abre a partir das 7h. Existe possibilidade de entrar mais cedo, mas terá de pagar o bilhete no retorno.
- Existem duas entradas (pagas), nós iniciámos nesta entrada.
2 – Perast
Saímos de Kotor e fomos conhecer a pequena e charmosa, Perast. Um dos locais mais famosos de Montenegro, localizado igualmente nas margens da baía, esta cidade parece ter sido transportada de Itália e colocada estrategicamente no Montenegro.
As suas casas treparam por uma montanha numa encosta entre a montanha e o mar. A sua visita faz-se essencialmente pela avenida principal, onde destacam-se os palácios renascentistas e barrocos e algumas igrejas. Perast é incrivelmente romântica, de arquitetura bonita, de cafés e restaurantes de bom gosto e de uma localização perfeita.
Uma das experiências imperdíveis é o passeio de barco até à Igreja Nossa Senhora das Rochas, localizada numa das duas ilhas em frente à cidade.
3 – Herceg Novi
Seguimos até à fronteira com a Croácia e Bósnia para visitar outra cidade localizada nas margens da Baía de Kotor, Herceg Novi.
Trata-se de uma pequena cidade, mas igualmente charmosa e com uma história de várias disputas e isso percebe-se pelas suas principais atrações. Começando pela Fortaleza Kula, de origem otomana, a Fortaleza do Mar, de origem bósnia e a Fortaleza Espanhola. Não perca a visita à Praça Nikola Djurkovi, principal praça da cidade e onde se localiza a Torre do Relógio. Se continuar a caminhada chegará até Praça Herceg Stjepan onde se encontra a Igreja de São Miguel Arcanjo.
6º Dia | Durmitor Ring – Žabljak
1 – Durmitor Ring
No nosso 6º dia rumamos até à região norte de Montenegro para visitar o Parque Nacional Durmitor, o local ideal para os amantes de natureza, caminhada ou atividades de aventura.
Como o nosso tempo pela região não abundava, decidimos no primeiro dia fazer o mítico “Durmitor Ring”, uma rota de 80km pelas estradas mais cénicas da região. Por entre montes e vales e com passagens obrigatórias em Mala Crna Gora, Nedajno, Trsa e Pišče. Na nossa passagem tivemos de frente para o Bobotov Kuk, o ponto mais alto do Parque Natural, com 2523m de altitude, em que subir até ao seu cume tornou-se uma das atividades mais famosas.
2 – Žabljak
A nossa base para visitar o Durmitor foi exatamente a cidade de Žabljak, a cidade mais alta dos Balcãs. Uma cidade encantadora, bem arranjada, recheada de chalés de madeira, prados e rebanhos de ovelhas. É a principal localidade do parque, onde se encontra a maior parte da oferta de alojamento, bem como supermercados e restaurantes. Por isso é o local escolhido para pernoitar ou então montar uma base para quem deseja permanecer uns dias pela região, enquanto explora os imensos trilhos magníficos existentes no Durmitor.
Onde dormir?
Holiday Home Vile Calimero – No alto do Parque Nacional Durmitor, no centro da cidade de Žabljak, encontramos este acolhedor chalet que nos abrigou das noites e dias frios da montanha. Um dos pormenores que mais apreciamos começou logo na nossa chegada, onde encontramos a lareira acesa, um simples pormenor que não deixamos de tomar em atenção. O chalet tinha todas as condições, tanto de climatização, equipamentos, como do próprio bom gosto da sua decoração. Aconselhamos vivamente.
Onde comer?
Restaurant Or’O – Num ambiente hostil, de um frio desconfortável, encontramos outro oásis de conforto e bom comer. Neste espaço emblemático da cidade de Žabljak degustamos alguns dos pratos mais típicos do país, como o kacamak ou as carnes guisadas de borrego ou veado. Terminamos a refeição, claro está, com a aconchegante rakija!
7 º Dia | Lago Negro – Ponte Đurđevića Tara – Mosteiro de Ostrog
1 – Lago Negro (Crno Jezero)
O nosso último dia em Montenegro iniciou-se com um pequeno trilho de 3,5 km até ao Lago Negro (Crno Jezero), possivelmente o local mais conhecido do Parque Nacional Durmitor.
Na região existem cerca de 18 lagos, conhecidos como os “Olhos da Montanha”, e o maior deles é exatamente o Lago Negro. Cercado por uma floresta densa e envolto num ambiente quase místico no sopé do Pico Međjed, este lago tornou-se um dos nossos locais favoritos do país. A nossa visita ocorreu no fim do verão, meados de setembro, o caudal do lago não era muito, mas ainda assim adoramos conhecer.
Na nossa visita realizamos a trilha em redor do lago, que na realidade são dois lagos: Lago Grande (Veliko Jezero) e o Lago Pequeno (Malo Jezero), ambos conectados por um pequeno estreito. Em dias solarengos é possível nadar no lago ou então realizar passeios de barco a remo.
2 – Ponte Đurđevića Tara
Após a manhã dedicada a uma pequena caminhada, seguimos até à Ponte Đurđevića Tara, uma ponte de 350m sobre o canyon do Rio Tara. Este canyon trata-se do mais profundo da Europa e um dos mais profundos do mundo.
Esta ponte de 1940, foi construída na época em que Montenegro era parte integrante da Jugoslávia, e era considerada na época a maior ponte da Europa. Infelizmente, para evitar invasões do exército italiano durante a II Guerra Mundial, a ponte foi parcialmente destruída. Em 1946, no pós-guerra, foi reconstruída para a estrutura que mantém até aos dias de hoje.
Para os mais corajosos esta zona é um delírio, para os amantes de desportos radicais, existem atividades como o rafting no rio Tara ou slide entre as margens do canyon.
3 – Mosteiro de Ostrog
A nossa última paragem foi no Mosteiro de Ostorg, localizado nas proximidades da segunda maior cidade de Montenegro, Niksic. Este mosteiro é o local religioso, mais sagrado do país e para o visitar costumam existir verdadeiras romarias. Localizado num penhasco e esculpido no interior de uma caverna, este mosteiro é uma obra de arte, nem que seja pelo lugar inóspito da sua construção.
Embora impressione pela sua localização, bem no alto da montanha, a sua visita não nos impressionou. Contudo, como expoente máximo do ortodoxo montenegrino, justifica a visita.
Onde dormir?
Simo Apartments Airport Podgorica – A nossa última noite foi na capital Podgorica, dado que o nosso voo de volta era nas primeiras horas da manhã. Assim decidimos pernoitar perto do aeroporto para não realizarmos uma longa distância desnecessária. Pernoitamos no Simo Apartments, um apartamento completo, bem equipado e confortável, que foi mais do que suficiente para descansar uma noite. Além da qualidade do alojamento, apreciamos a boleia gratuita até ao aeroporto que o anfitrião prontamente disponibilizou.
Onde comer?
Konoba ‘Lanterna’ Podgorica – Localizado no centro da cidade Podgorica, este restaurante típico é uma homenagem decente à gastronomia montenegrina. Na nossa passagem provamos alguns dos pratos típicos, onde destacamos o bife Njeguski, um pedaço de bife com presunto de Njeguski, uma das iguarias mais badaladas.
